Lara Croft: o maior ícone feminino dos video games
Lara Croft é um dos maiores símbolos dos vídeo games, sendo a personagem feminina mais reconhecida dos games, record esse registrado no Guinness em 2010. A franquia Tomb Raider coleciona inúmeros recordes, os jogos já venderam mais de 70 milhões de cópias e fizeram um legado poderoso, com milhões de fãs e cosplayers, milhares de capas de revistas, 3 filmes, quadrinhos e parques temáticos. Em seus mais de 20 anos de existência, passou por altos e baixos, recebendo várias reformulações, tanto a franquia quanto a personagem.
5 primeiros jogos, lançados na quinta geração. Fonte: acervo da coleção.
A primeira fase compreende os seis primeiros jogos, 5 lançados na quinta geração, dos 32 bits, e o último, The Angel of Darkness, lançado da sexta geração. Todos eles foram desenvolvidos pela Core Design. A Core era uma desenvolvedora britânica fundada em 1988, lançando poucos títulos até 1995. Alguns deles para o Genesis e até o 32X. Cyber-Cop é um exemplo, um jogo desenvolvido pela Core, para Amiga, e portado para o Mega Drive.
Em 1993, a Core começou a desenvolver Tomb Raider. Toby Gard é o responsável pelo projeto de design da personagem. Inicialmente, o esboço foi criado com um personagem masculino. A medida que a história foi ganhando forma, as características do personagem foram ficando mais definidas. Sua nacionalidade seria inglesa, e para não ser confundido com Indiana Jones, o personagem masculino foi eliminado.
O jogo foi mostrado para Sega, que gostou e garantiu um contrato de exclusividade por um período, sendo lançado primeiro para Sega Saturn. Esse lançamento ajudou a definir os games em 3D, não tendo algo semelhante até então. Os cenários eram grandes e complexos, cheios de puzzles e desafios, mas com poucos inimigos, permitindo ao jogador uma interação livre. Para tornar isso possível, os ambientes em 3D foram construídos em grade, algo inédito e inovador. As habilidades da personagem também impressionaram.
Tomb Raider: The Angel of Darkness. Sexto e último jogo desenvolvido pela Core. Fonte: acervo da coleção.
Os problemas de marketing e de arquitetura do Sega Saturn apagaram o brilho do jogo no console. Apesar de chegar primeiro no console da Sega, o jogo ganhou maior destaque no console da Sony e no PC. A versão de Saturn sofreu com alguns bugs, por ser a primeira versão. No PlayStation a maioria dos bugs foi corrigida. As vendas superaram a expectativas da Core e da Eidos, que publicou o jogo. Isso impulsionou o lançamento de várias sequências em um intervalo curto de tempo. Isso causou um desgaste na série, fazendo com que sofresse críticas por inovar pouco a cada lançamento. A equipe de desenvolvimento também sofreu pressão para realizar entregas em curto espaço de tempo, esgotando o potencial da série. The Angel of Darkness, o sexto jogo, foi lançado na era 128 bits, com hardware de última geração. O desenvolvimento teve muitos problemas, o jogo recebeu inúmeras críticas e a série acabou sendo engavetada. Este foi o último Tomb Raider desenvolvido pela Core.
Durante essa primeira fase, Tomb Raider teve uma ascensão astronômica. Lara Croft ficou tão famosa quanto atrizes de Hollywood, aparecendo em revistas, quadrinhos e sendo interpretada por Angelina Jolie em dois filmes nos cinemas. Em 2006 a série ressurgiu em uma nova fase, o desenvolvimento ficou a cargo da Crystal Dynamics, uma subsidiária da Eidos. A segunda fase durou até o jogo Tomb Raider Underworld, lançado em 2008. Em 2009 a Square Enix adquiriu a Eidos, e a Crystal Dynamics e Tomb Raider passou a ser propriedade dela. Em 2010 estréia a terceira fase da série, com Lara Croft and the Guardian of Light.
Filmes estrelados por Angelina Jolie, em 2001 e 2003.
Apesar de todos os seus altos e baixos, Tomb Raider e Lara Croft conquistaram milhões de fãs, que se mantém fiéis ao longo de seus mais de 20 anos de existência.
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